sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
Liturgia Chinaski (cut-up)
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Absolutamente Falso
“Crab Men! Tape Worms! Intestinal Parasites!” (...) “I have not come to explain or tidy up...”
Vim sim para destruir as palavras em fonemas! Fonogramas em ruído, ruído em massa densa!
Aqui acaba a comunicação! Não pretendo nada! Não pretendo NADA! Tudo o que aparente pretensão é absolutamente falso! Tudo o que aparente linguagem ou comunicação é absolutamente falso! Não haja dúvidas! Se daqui se retiram emoções, se aparento transmitir algo menos que o insuportável... é uma ilusão! Está errado! Estão errados!
O que daqui for retirado... é... ABSOLUTAMENTE FALSO!
Não haverá mais que amorfismo...
Hank Hank Hank! Bill Bill Bill! (Cut-ups de rascunhos)
Sou a única pessoa de quem não me consigo libertar, sou a única pessoa que vai sempre fazer parte da minha vida, com ou sem, muitos ou poucos, estes ou aqueles amigos. Este filho da puta é sempre o mesmo, e não me engana!
Sabe sempre melhor deixar páginas em branco, e eu faço isso, deixo páginas em branco e não as rasgo, ficam em branco, até que necessito de preencher nada com algo. Mas algo sobre nada é tão nada quanto nada de nada.
Nada de nada! Mas num egocentrismo nojento!
Paixão é avareza! Sentimentos são facas de manteiga!
Abortar! Sem pára-quedas!
Que se ponha de pé o rei do bungee jump! Que eleve a sua coroa! Que a vire para baixo! Que a apanhe em plena queda! Seja louvado e respeitado!
e não falaremos neste instante de feminismo!
Vivamos a metros de distância e alimentemo-nos mutuamente como é inevitável, asquerosamente! Suguêmo-nos mutuamente e ao nosso protoplasma!
A alma e espírito passaram à história! Minimalizemo-nos à amiba!
Saboreai o meu esperma!
domingo, 20 de dezembro de 2009
Chinaski
Cruzou as pernas e a saia subiu um pouco mais. Levantou os olhos do livro. O seu olhar encontrou o meu, por cima do jornal. O seu rosto era inexpressivo."
Foi já depois de ter despido o sutien que lhe arranquei alguma verdade... Pela estranheza do que se estava a passar ali, naquela madrugada, no escuro.
Uma história um tanto familiar. Um protótipo do meu passado.
Só o alcool nos faria isto, tendo em conta cada um de nós, tendo em conta o que se havia passado.
Os cigarros já não faziam a ponta de um corno e mais um trago de whisky atirar-me-ia directamente para a sargeta. Preferi manter-me naquele limbo. Até porque mais alguma gota houvesse, tê-la-ia sorvido sem hesitação.
Já não tinha personalidade nem força nos membros, limitava-me a receber caricias e a retribuí-las assim que me sentia capaz.
Passaram-se horas. Ganhava consciência mas sentia-me mais doente ainda. Mantinha-se um equilíbrio entre os dois males.
Cada vez mais a minha cabeça se enchia de pedras aguçadas. Só o escuro não era nocivo.
Um som de campainha fez com que me apercebesse da minha dor física...
«Vou-me embora!»
«Não...»
«Tem que ser.»
Levantei-me daquele pequeno ninho imaculado. Estava com uma terrível vontade de mijar. Voltei a beijá-la na escuridão e diriji-me à porta.
A luz irradiante do sol da uma retorceu-me as vísceras. Nos primeiros vinte passos julguei que não sobrevivia. A minha cabeça parecia carregada de dinamite em explosão câmara-lenta, mal conseguia abrir os olhos inchados e doía-me o corpo todo.
Felizmente estava frio e não fui capaz de vestir o casaco, apetecia-me tirar a roupa.
Fui capaz de me conservar até ao carro enquanto me cruzava com estranhos e conhecidos que ignorei de igual forma.
Cheguei a casa e fui finalmente mijar.
terça-feira, 27 de outubro de 2009
terça-feira, 8 de setembro de 2009
analgésico
a dor mantém-se molesta enquanto amparada.
espartana carne análgica.
humana carne autófaga.
domingo, 6 de setembro de 2009
not the classiest fighter. (with shattered glass in my voice)
terça-feira, 18 de agosto de 2009
terça-feira, 28 de julho de 2009
"distancia com título sem título (intencionalmente)" por Alfredo Andrade
texto em pdf no "link"...
LINK!
domingo, 5 de julho de 2009
Leilões.cor
Casa com cinco divisões e duas casas de banho. Uma grande sala de estar com grande lareira, cozinha, quartos e estúdio, mas grande parte da excelente mobília foi totalmente queimada após o incêndio e as paredes ainda se encontram cheias de foligem. No entanto paredes e tecto continuam bem firmes.
O terreno perfaz 200 ares e é incrivelmente fértil, tendo um grande jardim, horta e curral, que estão neste momento destruídos (excepto o curral) pelo incêndio e os animais foram mortos de fome.
Existe corrente eléctrica e água e gás canalizados.
Será apenas necessária uma limpeza e remodelação do interior e um trabalho de jardinagem e cultivo, a que o dono se propõe a ajudar.
A casa tem uma história trágica que convém saber antes da compra. Encontra-se neste estado pois o antigo inquilino em rasgos de loucura incêndiou toda a casa, horta e jardim, morrendo ele próprio no fogo. Há quem discuta o suicídio ou acidente. Não se sabe ao certo.
Existem também boatos pouco credíveis de a casa estar agora assombrada pelo antigo inquilino, e relatos de que por vezes o seu espectro foi avistado a vaguear pelo jardim.
Não subscrevemos nem valorizamos estas confissões de gente da pequena aldeia próxima, mas achamos nosso dever informar o cliente.
Esta é sim um quinta de sonho como não são muitas outras e com certeza tornar-se-á para si um lugar muito especial e terá aqui uma vida descontraída como sempre sonhou.
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Trabalho de Sísifo
A existência é absurda, mas um fardo que estamos condenados a carregar.
É na realidade Sísifo o sémen da Humanidade.
Somos Sísifo à exaustão da exaustão.
Abençoados ignorantes, abençoados desumanos.
Amaldiçoados humanos traidores e miseráveis, e assim vivemos no absurdo, sendo absurdo prosseguir com o trabalho de Sísifo.
Desumanos humanizam-se por contacto directo com humanos, e o absurdo inferno da maldição humana é propagada como uma peste. Contágio!
Assim, o ciclo é vicioso e não haverá fim mesmo depois de devorarmos as nossas cabeças a sangue frio e arrancarmos as nossas vísceras a unhas farpadas.
A consciência do mundo real é a natureza da nossa natureza, o fado carniceiro do nosso fado.
O rochedo rolará sempre até mais abaixo, ultrapassaremos Hades, e depois disso, vezes sem conta.
Abençoados aqueles que conseguirão fazer-se esmagar. Não os haverá. A humanização é uma condenação ao fracasso eterno à vista de um horizonte garrido de verde!
Uma visão flamejante.
Matamos para deixar de ser humanos, mas sabemos a trágica verdade. Então matemos para ser desumanos, mesmo sabendo a trágica verdade.
Sodoma e Gomorra não são mito, são tabu!
Que jorre sangue e miolos, que escorram pelo chão, que alimentem os animais sedentos deles. Alimentemo-nos deles sem alternativa. Os que regorjitam negam a sua natureza! Que sejam então esventrados!
Pára.
Primeiro passo:
Sejamos humanos (como somos, como tal, os que são):
- Começarei então, por, timidamente, cuspir na tua cara!
segunda-feira, 29 de junho de 2009
the king of rock'n'roll blues
and throws up remains of caviar
he's too fine to roadside diners
but this time bourbon's gone too far
everywhere he carries his sloppy guitar
like it was attached to his vomit soul
he ain't no scum-bag rockstar
he's just the king of rock'n'roll
his spirit smells like gasoline
and he drives a brand new cadillac
he's too weak he's too thin
too bent up on prozac
lost his money, lost his friends
all under drugs and alcohol
he doesn't care, for he's got the meds
and he's the king of rock'n'roll
the whole world loves to watch his bungle bones
snapping along his melody
he loves to be loved, and loved alone
but he's still in a lone lone melancholy
tonight on stage there'll be fire!
he'll burn the audience till it turns coal
he'll run away on his flaming tires
you know, 'cause he's the king of rock'n'roll
no place to carry a juggernaut
no place he finds to rest his head
no one told him something that mattered
no one said rock'n'roll was dead
he prayed jesus, budah, satan and such
'cause in this damn world he felt alone
no one to share his great catch
of being the king of rock'n'roll
no one told him rock'n'roll was dead
no one told me rock'n'roll was dead
Everybody's gotta learn sometime
The world forgetting, by the world forgot.
Eternal sunshine of the spotless mind!
Each pray'r accepted, and each wish resign'd
quinta-feira, 18 de junho de 2009
my head hurts love
And what sort of story shall we hear? Ah, it will be a familiar story, a story that is so very, very old, and yet it is so new. It is the old, old story of love.
Two lovers sat on a park bench, with their bodies touching each other, holding hands in the moonlight.
There was silence between them. So profound was their love for each other, they needed no words to express it. And so they sat in silence, on a park bench, with their bodies touching, holding hands in the moonlight.
Finally she spoke. "Do you love me, John?" she asked. "You know I love you, darling," he replied. "I love you more than tongue can tell. You are the light of my life, my sun, moon and stars. You are my everything. Without you I have no reason for being."
Again there was silence as the two lovers sat on a park bench, their bodies touching, holding hands in the moonlight. Once more she spoke. "How much do you love me, John?" she asked. He answered: "How much do I love you? Count the stars in the sky. Measure the waters of the oceans with a teaspoon. Number the grains of sand on the sea shore. Impossible, you say."
"Yes and it is just as impossible for me to say how much I love you."
"My love for you is higher than the heavens, deeper than Hades, and broader than the earth. It has no limits, no bounds. Everything must have an ending except my love for you."
There was more of silence as the two lovers sat on a park bench with their bodies touching, holding hands in the moonlight.
Once more her voice was heard. "Kiss me, John," she implored. And leaning over, he pressed his lips warmly to hers in fervent osculation.
samuel johnson (lovers on a park bench)
quarta-feira, 17 de junho de 2009
terça-feira, 16 de junho de 2009
this is what's degenerating your entrails
domingo, 14 de junho de 2009
sexta-feira, 12 de junho de 2009
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Anti-Licórnio (A um Licórnio)
A cavalo morto não se contam moscas
A carne decomposta vaporiza ácido
As narinas ardem
Os corvos pousam
A cavalo morto não se contam primaveras
A carne decomposta adoece
A pele vaporiza
As baratas aproximam-se
A cavalo morto não se olha de frente
A carne decomposta vaporiza ácido
Os olhos ardem
Os abutres salivam
A cavalo morto não se olham maleitas
A carne decomposta morre
O fedor vaporiza
As larvas nascem
A cavalo morto não se morre
Não se mata
A carne vive
Falece a alma
Decompõe-se.
quinta-feira, 7 de maio de 2009
_____Olá____________________________
.?.! :#
PERFECT BLOG OF GHOSTS
AND RAIN DOGS!
don't be affraid
brainstorm
WHAT'S THE BIG PROBLEM WITH
COLOSSALITY?!
this post will decrease this blog's aesthetics and contaminate previous post's contents, but, depression is still necessary in life cicles/circles
my mistakes have enlightened me to a better self
your mistakes we're luxurious and selfish, destroyers
my mistake was to make you think freedom was a light burden to carry
your mistake was to juggle your freedom
our mistake was to get involved
our mistake was to get separated
if you haven't got a clean conscience,
i'll be happy to know
it means you're still conscious
i hate to know you don't know a thing
i hate to know why, because
i do
hate to still love you
(after what you've done to me, and after you've gone)
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Romance ao Martírio
Pela tardinha, quando a noite espreitar
E no verde das águas sem fundo
Já se perde da esperança do mundo, a afundar, a afundar
Mariazinha, deita os olhos para o mar
Tão pequenina, sem saber que pensar
Vê a roda do mundo girando
E os navios ao longe passando, sem parar, sem parar
Mariazinha, deita os olhos para o mar
Tão quietinha, a chorar, a chorar
Uma fonte de sangue no peito
Uma sombra na boca e um trejeito no olhar, sem parar
Mariazinha, deita os olhos para o mar
Tão caladinha, a chamar, a chamar
Vai para o fundo da noite fria
Numa barca de rendas, vazia, a afundar, sem parar
Mariazinha, com rendas de algas tapada
Tão quietinha
No fundo do mar pousada