quinta-feira, 4 de junho de 2009
Anti-Licórnio (A um Licórnio)
A cavalo morto não se contam moscas
A carne decomposta vaporiza ácido
As narinas ardem
Os corvos pousam
A cavalo morto não se contam primaveras
A carne decomposta adoece
A pele vaporiza
As baratas aproximam-se
A cavalo morto não se olha de frente
A carne decomposta vaporiza ácido
Os olhos ardem
Os abutres salivam
A cavalo morto não se olham maleitas
A carne decomposta morre
O fedor vaporiza
As larvas nascem
A cavalo morto não se morre
Não se mata
A carne vive
Falece a alma
Decompõe-se.
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1 comentário:
Muito bom.
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